Estudantes de escola pública acompanham inauguração do Pátio da Ciência

Mais de 100 estudantes do Colégio Estadual Padre Pelágio e autoridades da comunidade acadêmicaacompanharam a inauguração do Pátio da Ciência da UFG na manhã de 19 de novembro. Localizado no Câmpus Samambaia, entre os Institutos de Química e de Física, o espaço foi especialmente preparado para abrigar diversos experimentos que, mais do que despertar as pessoas para o lado curioso da ciência, contribuirão para o entendimento das teorias e dos fenômenos da natureza que um dia foram o foco do trabalho de diversos cientistas. O professor Douglas Gomes da Silva, que acompanhava os estudantes, declarou que “é importante que haja esses espaços porque muitas escolas não possuem laboratórios para mostrar aos alunos na prática como os cientistas chegam às teorias”.

Professor Jesiel Carvalho afirmou que todos os experimentos à disposição dos estudantes destacam a evolução da ciência

Os estudantes foram recebidos pelo coordenador do Pátio da Ciência, professor Jesiel Freitas Carvalho, no auditório, com uma breve apresentação de um vídeo sobre a UFG e, em seguida, convidados a conhecer o local. Constituído por cinco estandes temáticos identificados como Física para Todos, Luz e Partículas, Divertiquímica, e Energia e Nanotecnologia, os espaços trazem experimentos multidisciplinares.

Enquanto ocorria a cerimônia de inauguração, os estudantes movimentavam-se de um estande a outro expressando muita curiosidade e prestando atenção nas explicações dos monitores. Uma delas foi a estudante do primeiro ano, Laylla Oliveira: “estou curiosa para saber o que tem naquele estande que está todo fechado”, disse ela com empolgação. O referido estande era o Luz e Partículas, no qual é possível encontrar um experimento desenvolvido pelo cientista J.J.Thomson que lhe permitiu, em 1897, identificar partículas carregadas negativamente que mais tarde seriam denominadas de elétrons.

Equipamentos do estande Luz e Partículas demonstram como a luz pode se comportar como partícula e como onda 

  Histórico

O diretor do Instituto de Física, Fernando Pelegrini, recordou que há mais de 10 anos a unidade acadêmica já abria as portas para a visitação de estudantes do ensino básico. “À frente do Laboratório de Demonstrações estavam os professores Gilberto Antônio Tavares, hoje já aposentado, e Orlando Afonso Vale do Amaral".
 
De acordo com o professor Gilberto Tavares, no local havia experimentos mais simples que demonstravam conceitos básicos da Física. “Era comum professores de escolas públicas, egressos da UFG, trazerem seus alunos aqui no Instituto de Física. Chegamos a receber a visita de até 60 escolas por ano”, lembrou o professor. Com o passar do tempo o laboratório ficou pequeno e daí nasceu a ideia de um espaço mais adequado para continuar recebendo os estudantes e seus professores. 
 
O diretor do Instituto de Química, Neucírio Ricardo de Azevedo, ressaltou o quanto o espaço servirá como recurso para a formação dos alunos delicenciatura: “Aqui eles também poderão aprender a ensinar os conceitos teóricos mais difíceis de compreensão quando estamos só lendo nos livros didáticos”. No estande Divertiquímica, por exemplo, bolsistas e voluntários da graduação e da pós-graduação serão os monitores durante a visita dos estudantes, como explicou a professora Nyuara Mesquita: “Cerca de 20 estudantes  do grupo de estudos sobre ensino de Química trabalharão nesse estande”.

Bolsistas e voluntários do estande Divertiquímica

Para o professor Jesiel Freitas, o Pátio da Ciência possui potencial para crescer e se consolidar como espaço de difusão e divulgação científica baseado no ensino informal. “O grande impacto social surge quando o local possibilita a vinda de estudantes à universidade, colocando-os como objeto central. É preciso consolidar a consciência social de que o conhecimento é essencial para a sociedade, em especial nos dias atuais”, concluiu.

 
O reitor Edward Madureira Brasil destacou um dos ingrediente que bem caracteriza a identidade do Pátio da Ciência: “O importante desse projeto é o caráter interdisciplinar que está presente em todos os estandes. Aqui percebemos a Biologia, a Física, a Matemática juntas e isso é fundamental. Espero que as demais unidades acadêmicas possam acrescentar a esse espaço”. O reitor também fez questão de lembrar que, em parceria com a Prefeitura de Goiânia e outras instituições, auniversidade tem trabalhado na concepção do projeto de um Museu de Ciências: “o Pátio da Ciência é um grande motivador desse projeto na medida em que as escolas farão desse espaço um ponto de referência e a demanda por um grande museu de ciência se tornará mais concreta”, finalizou.