UFG recebe primeiros pedidos de estudantes para uso de nome social
A possibilidade de requerer a mudança foi aprovada pelo Consuni, no intuito de garantir o respeito à diversidade dentro da instituição
Ester Sales Marques é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFG. Ela passa por acompanhamento médico e psicoterapêutico no Hospital das Clínicas pelo "Projeto Transexualismo". Para a estudante, a possibilidade de entrar com um processo para mudança do nome social, permitida a partir da resolução aprovada no Conselho Universitário em maio deste ano, será importante para melhorar suas relações na universidade. “Como já tenho uma vivência social feminina, me constrange muito ser chamada pelo nome masculino. Usar o nome social vai evitar uma série de constrangimentos que passo atualmente”, afirmou.
Com a resolução, servidores técnico-administrativos, professores e alunos da universidade, além de pessoas externas que participam de ações de extensão, cujo nome de registro civil não reflita a sua identidade de gênero – dentre estes travestis e transexuais – podem requerer a adoção de nome social nos registros oficiais e acadêmicos de todas as instâncias da universidade. Ester Sales e Renato Neves Cordeiro, aluno do curso de graduação em História, foram os primeiros estudantes da UFG a formalizarem o pedido, em reunião realizada na tarde do dia 2 de julho, com a presença do reitor da UFG, Orlando Amaral; do pró-reitor de graduação (Prograd), Luiz Mello, do pró-reitor de pós-graduação (PRPG), José Alexandre Diniz Filho, da pró-reitora de extensão e cultura (Proec), Giselle Otoni, da coordenadora de ações afirmativas (CAF), Luciene Dias, do diretor do departamento de recursos humanos (DDRH), Márcio Medeiros Oliveira, da diretora do centro de documentação, informação e arquivo (Cidarq) Heloísa Esser dos Reis, do coordenador de inclusão e permanência da Prograd, Jean Baptista e do professor Camilo Braz, da Faculdade de Ciências Sociais (FCS).
“Com essa iniciativa, as pessoas vão poder transitar na universidade pelo o que elas são de verdade. A UFG está possibilitando a entrada do diferente e quando você diversifica o primeiro passo é dado para o respeito à diferença”, pontuou a Coordenadora de Ações Afirmativas, Luciene Dias, que acredita que este é o primeiro passo para combater as desigualdades na instituição.
Em uma roda de conversa, foram sugeridas ações para esclarecer a comunidade acadêmica sobre o assunto e ainda para conscientizar os profissionais da UFG sobre a importância da resolução. O reitor Orlando Amaral destacou que a resolução traz um impacto positivo para a universidade, já que esta tem o papel de acolher a diversidade.
Estudantes, pró-reitores e professores discutiram possibilidade de realização de ações para assegurar o cumprimento à resolução que prevê o uso do nome social na UFG
Processo
Os interessados em entrar com o processo para mudança do nome social devem solicitar o formulário de requerimento na secretaria do Cidarq e devolvê-lo preenchido no mesmo local, acompanhado de cópia da identidade. O processo é autuado e encaminhado para os setores competentes da UFG, que deverão adequar a utilização do nome em todos os registros administrativos e acadêmicos de uso interno da UFG.
Confira a minuta da resolução.
Fuente: Ascom/UFG
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