
Universidade inaugura a Casa de Projetos Sociais
O novo espaço foi criado para atender às demandas de projetos sociais diversos, em especial os desenvolvidos pela Incubadora Social da universidade
Na manhã do último sábado, dia 28 de abril, a Universidade Federal de Goiás celebrou a inauguração da Casa de Projetos Sociais. Participantes de 14 cooperativas de catadores de materiais recicláveis, estudantes vinculados ao projeto Incubadora Social da UFG e professores da universidade, além de diversas autoridades envolvidas, reuniram-se para comemorar a entrega do novo espaço. Colocada sob a tutela da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec/ UFG), a Casa de Projetos Sociais tem a intenção de abrigar diversas iniciativas de cunho social e cultural, com foco nas atividades da Incubadora Social, que antes ocorriam em espaços da própria Proec.
A Casa de Projetos Sociais durante a cerimônia de inauguração
O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, o chefe de gabinete da Prefeitura de Goiânia, Nelcivone Melo, a promotora de justiça, Suelena Carneiro Jayme, o superintendente do Trabalho e Emprego em Goiás, Héberson Alcântara, o gerente de mercado do Banco do Brasil, Alcides Brandão de Moura, o diretor do Programa Goiânia Coleta Seletiva, Mário José de Oliveira, o coordenador nacional do Movimento dos Catadores de Materiais Recicláveis em Goiás, Adelísio Espinosa, a coordenadora estadual do movimento, Dulce Helena do Vale, e o coordenador da Incubadora Social da UFG, Fernando Bartholo, compuseram a mesa diretiva do evento, que ocorreu em frente ao prédio da Casa.
Dulce Helena, em sua fala, mostrou a importância de estarem presentes no evento os trabalhadores e os representantes das cooperativas de catadores, prova de que no decorrer dos anos essas cooperativas têm se tornado mais organizadas e conscientes de sua importância social. Dulce pediu especial atenção das autoridades em relação a maiores investimentos, especialmente em infraestrutura, para estes trabalhadores.
Dulce Helena do Vale durante a sua fala. Ao lado, Fernando Bartholo e Mário José de Oliveira
Mário de Oliveira enfatizou a necessidade do trabalho das cooperativas dos catadores para o programa de coleta seletiva em Goiânia, apontando os problemas que o projeto teve em seu início justamente por não levar em conta o estágio pós-coleta dos materiais. Ele também corroborou a necessidade de mais investimentos nas cooperativas. Mário aproveitou para agradecer o professor Jorge Moreira, cujos trabalhos “foram importantíssimos para implantação da coleta seletiva em Goiânia”.
Para Héberson Alcântara, o empreendedor solidário tem um importante espaço na sociedade, pois não só trabalha como gere seu próprio serviço. O superintendente comentou os desafios existentes no empreendimento solidário, além de pedir uma maior integração entre os órgãos públicos responsáveis pelas diversas demandas de uma cooperativa. Ele finalizou afirmando que o governo está pronto para atender às demandas desses empreendedores, que esses devem exigir mais do poder público.
O secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Economia Solidária, Roberto Marinho Alves da Silva, agradeceu às autoridades competentes pelo convite e falou um pouco sobre a história das incubadoras sociais. “Expandir a capacidade das pessoas por meio das incubadoras de economia solidária é uma invenção brasileira”, afirmou Roberto Marinho. Ele conta que a 1ª incubadora surgiu no Rio de Janeiro, na década de 80, sob responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O sucesso desta empreitada levou outras universidades a serem chamadas para participar da criação de incubadoras locais. “Com a implantação da Lei de Resíduos Sólidos temos até 2014 para erradicar os 'lixões', e com isso há um problema de falta de emprego para muitos catadores. Por isso há um projeto em curso de fomento de cooperativas de coleta seletiva”, explicou o secretário.
Foi sobre o desenvolvimento desse projeto em Goiás, intitulado “Fomento a empreendimentos econômicos solidários de catadores de materiais recicláveis nas regiões metropolitanas de Goiânia, APA João Leite e municípios integrantes do projeto Ser Natureza do Ministério Público de Goiás”, que falaram a promotora Suelena Carneiro e Fernando Bartholo. Nas palavras deste último, o projeto nasceu da demanda de cidades goianase a partir de sobre como cumprir as orientações da Lei de Resíduos Sólidos. Lançou-se um edital e houve mobilização com as prefeituras, cooperativas e o Ministério Público. O projeto agirá em três frentes: assessorar a implantação de coleta seletiva nos municípios, o fomento de cooperativas de catadores de materiais recicláveis e a criação de incubadoras sociais nestes locais. O projeto está orçado em 2 milhões de reais e deverá ser implantado no decorrer de três anos. Entre as cidades beneficiadas estão Bela Vista de Goiás, Hidrolândia, Trindade, Senador Canedo, Itaberaí, Aparecida de Goiânia, Goianira, Anápolis, Goianésia, São Luís de Montes Belos, Jaraguá, Nerópolis, Santo Antônio do Descoberto e Nova Veneza.
O descerramento da placa comemorativa
Fernando Bartholo reiterou que as cooperativas presentes no evento não estavam ali para fazer número, mas para mostrar que em Goiânia há cooperativas organizadas e compromissadas. Finalizada a fala do coordenador, ocorreu a assinatura da carta de intenções do projeto.
Edward Madureira Brasil saudou os representantes das cooperativas e os responsáveis pela Incubadora Social da universidade e falou da trajetória de Fernando Bartholo na UFG. Ao agradecer às autoridades e parceiros presentes, o reitor enfatizou que a forma de avançar é por meio de parcerias. Ele classificou a Casa de Projetos Sociais como um “espaço de construção de soluções inteligentes para o estado de Goiás”: “Aqui nós damos um novo passo, a partir da Incubadora Social da UFG, que é uma realidade. Agora nós damos condições para que os projetos de alcance social na UFG possam ser estimulados e possamos ter mais iniciativas, a exemplo da organização das cooperativas de catadores de produtos recicláveis. É um marco, nós definimos um espaço com possibilidade inclusive de crescimento para que a universidade possa se firmar e reafirmar como um agente social que cuida também das pessoas em situação de vulnerabilidade maior. Eu espero com isso que docentes, estudantes e técnicos administrativos apresentem mais projetos, saiam atrás de recursos, porque agora temos infraestrutura para abrigar mais atividades.”
O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, assina a carta de intenções
Em sua fala o reitor pediu licença para comemorar a decisão do Supremo Tribunal Federal acerca do sistema de cotas raciais e sociais, contextualizando com o sucesso da implantação dessas ações afirmativas na universidade. Por fim chamou a catadora Francisca Mary Alves de Souza, cuja filha, Mariana Alves de Souza Mendes, foi aprovada no vestibular do curso de Medicina por meio do programa de cotas sociais da UFG. Francisca agradeceu ao reitor bastante emocionada. Moradora de Hidrolândia, ela conta que a filha permanece na cidade, deslocando-se diariamente a Goiânia para estudar.
Terminadas as falas de todos os componentes da mesa diretiva, a placa comemorativa da Casa foi descerrada e feito convite a todos os presentes para visitar suas dependências e a exposição fotográfica sobre o trabalho das cooperativas. O evento foi finalizado com um almoço no Restaurante Universitário (RU) da UFG.
Source: Ascom / UFG
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