Lideranças femininas defendem distribuição de renda e justiça social

En 25/01/12 18:40 .


PORTO ALEGRE/RS - Dirigentes femininas da Força Sindical presentes no Fórum Social Temático 2012 cobram correspondência humana e social à sexta colocação da economia brasileira entre as maiores do mundo. O posicionamento foi manifestado por personalidades como Ruth Coelho Monteiro, secretária nacional de Cidadania e direitos Humanos da Força Sindical, para quem a Central apostou no envolvimento do movimento sindical no Fórum Social Mundial, que era composto em sua grande aioria por Organizações Não-Governamentais (ONGs).

“O sindicalismo organizado ainda não tinha uma real dimensão do Fórum de propor alternativas. Hoje, a oficina Mundo do Trabalho materializa o espaço de convivência entre sindicalistas brasileiros, latino-americanos e de todo o mundo, colocando a visão dos trabalhadores e a possibilidade de um outro modelo de desenvolvimento”, declarou a sindicalista.

Para ela, é preciso distribuir mais a riqueza no Brasil, pois não há país rico se não for desenvolvido. Citando a saúde como exemplo, Ruth defende que ela deve ser vista do ponto de vista preventivo e não curativo, merecendo investimentos em saneamento, água potável, habitação de qualidade e educação. “É o salto que falta para o Brasil deixar de ser um país de poucos ricos e muitos pobres”, afirmou.

Mônica Veloso é secretária adjunta de Relações Internacionais da Força Sindical, destaca o empenho da Força Sindical para que o Mundo do Trabalho contasse com a representatividade do continente latino-americano no Fórum Temático. “Poderemos ter uma visão integral das ações sindicais que vem ocorrendo e as mudanças trazidas pela crise econômica mundial para os sul-americanos. O sindicalismo brasileiro se tornou referência para o movimento sindical mundial pela unidade na ação e a influência que tem exercido sobre o governo federal”, salientou a liderança.

EDUCAÇÃO COMO DIFERENCIAL - A secretária nacional da Força acredita que os programas sociais bem sucedidos na distribuição de renda, começados no Governo Lula e mantidos pela presidente Dilma Rousseff, o diferencial deve estar nos investimentos em educação. “Mesmo subindo de patamar no campo econômico e alcançando a sexta posição mundial, essa condição precisa ser refletida e consolidada na elevação do índice de escolaridade da população”, apontou. Para Mônica, ao fazer isso, o Brasil também poderá atacar o grande déficit de qualificação profissional que impede o trabalhador de obter empregos de qualidade.

Nair Goulart é presidente da Força Sindical da Bahia e presidente adjunta da Confederação Sindical Internacional (CSI), vê no FST2012 é uma grande oportunidade, em razão da crise mundial de proporções inéditas - especialmente o capitalismo financeiro e especulativo. Novamente – destacou - o movimento social procura sensibilizar os governos e a sociedade civil sobre as propostas de desenvolvimento sustentável, com justiça social, “que diminuam as diferenças existentes entre países, estados, gêneros e raças, pois quem mais sofre com o impacto das crises e o desempregos são mulheres, jovens, negros e trabalhadores com mais de 40 anos de idade”, analisou.

A liderança feminina disse que ao observar o desenvolvimento social, não encontramos correspondência com a sexta posição entre as maiores economias mundiais. No G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), por exemplo, somos
a 19º em desigualdade social, à frente apenas da África do Sul. Há muito que caminhar dentro da perspectiva de inclusão social, nos indicadores sócio-econômicos. “Queremos o crescimento social alavancado pelo econômico”, concluiu. 

 

Delfino Adorno – jornalista enviado ao Fórum Social Temático em Porto Alegre (RS).

Fuente: Delfino Adorno

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