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Obstáculos na formação de professores

Em 30/11/11 17:03. Atualizada em 21/08/14 11:44.
Mesa-redonda debate os desafios do docente e a importância da formação continuada

Na segunda-feira, 28/11, começou o II Encontro Nacional de Licenciaturas, realizado juntamente com o I Seminário Nacional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no Centro de Cultura e Eventos da UFG. O evento, que reúne até o dia 30 de novembro mais de 1.500 professores e estudantes de universidades e institutos federais de educação de todo país, propõe a reflexão do tema “Avanços, impasses e desafios de formação de professores no Brasil”. Segundo Sandramara Matias Chaves, pró-reitora de Graduação da UFG, “espera-se que através desse evento se consolide no Brasil um encontro que tenha como marca a discussão, a crítica, a reflexão e, especialmente, a proposição sobre a temática relativa às licenciaturas, a formação de professores e ao PIBID".

Na programação, os participantes conferem apresentação de trabalhos nas modalidades Grupo de Trabalhos (GTs), material didático e pôsteres de diversas áreas acadêmicas, além de mesas-redondas que reúnem acadêmicos, especialistas e autoridades para discutir assuntos que complementam o tema da primeira mesa-redonda do evento: “Os desafios da formação de professores para a Educação Básica”. Desafios que os docentes enfrentam diariamente, como a falta de investimento na educação pública, desvalorização do trabalho do professor, carga horária de trabalho excessiva, somados a um vencimento-base de valor baixo, entre outros obstáculos que atrapalham a sua formação como intelectuais e pesquisadores da área da Educação.



 

Da esquerda para a direita: Rafael Mafra, Sandramara Matias e Míriam Fábia Alves
 
A professora Míriam Fábia Alves, diretora da Faculdade de Educação (FE/UFG), levantou várias questões ao público para que este refletisse: “Como pensar formação que inclua ensino, pesquisa e extensão com jornadas de trabalho tão longas? Por que muitos concluem a licenciatura, mas não atuam na educação básica?”. Outra questão apontada pela professora, o método de apostilas, retira do professor o trabalho intelectual de conceber, planejar e executar a sua atividade docente. No ensino médio, apenas 25% dos professores atua em sua área de licenciatura, a maioria leciona em outras áreas. Já outra parte dos licenciados não se torna docente em suas respectivas áreas. Para a diretora da FE, é preciso “diversificar a formação de professores em cursos com formatos mais rápidos e atrativos, investir 10% do PIB em educação para que o docente trabalhe em escolas com boas condições efetivas e de infraestrutura, valorizar o salário dos professores e dar à carreira docente sentido de vida e futuro”, enumerou.
 

Para complementar a ideia, levando para a discussão o apoio das políticas públicas, o outro convidado da mesa, Rafael Mafra, membro da diretoria de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação (MEC), diz acreditar que “uma das maneiras de superar esses desafios é através da formação continuada de professores”. Além da licenciatura, o professor deve dedicar-se a cursos, ao longo da carreira, para complementar sua formação. “Uma das iniciativas do MEC para suprir a demanda da formação continuada do docente é o curso a distância”, enfatizou Rafael Mafra. Acerca da falta de investimento, Rafael Mafra revelou que “será aprovado para 2012 uma lei orçamentária de 70 milhões, pode não ser tudo que a educação precisa, mas já é um avanço”.

 

Neste cenário, a formação de professores, a valorização profissional e as condições efetivas de exercício da docência estão vinculadas às políticas de financiamento, para promover mais programas e desenvolver uma ação educativa capaz de preparar professores e estudantes para compreender e transformar, positiva e criticamente, a sociedade brasileira.

 

Fonte: Ascom/UFG