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Artista paranaense lança livro na Faculdade de Artes Visuais

En 04/10/11 08:07 . Actualizado en 24/01/12 08:26 .
"Cartografias do Cotidiano" é parte de um projeto de Elke Coelho e Danillo Villa

Natural de Londrina (PR), a artista Elke Coelho lançou ontem (03), no auditório da Faculdade de Artes Visuais da UFG, o livro Cartografias do Cotidiano, escrito em parceria com o artista Danillo Villa. O livro faz parte de um projeto homônimo que envolveu uma exposição, mesas-redondas e oficinas educativas com crianças.

A artista afirmou que o conjunto do projeto pretende nos (re)aproximar do cotidiano. “Apesar de a realidade dos objetos do cotidiano ser visível e inegável, parece que deixamos de enxergá-la. Haveria um mundo secreto dos objetos? Parece que sim”, declarou Elke, ao ler um trecho do livro. Segundo a autora, o desenho é uma das melhores representações do cotidiano, uma vez que “é a forma mais livre, mais simples e artesanal de se trabalhar uma imagem. O desenho é um conjunto de ações subsidiadas num pensamento crítico”.

Para compor as obras, foram convidados seis artistas. Obras de Brígida Baltar (RJ), Danillo Villa (PR), Rimón Guimarães (PR), Diego Rayck (SC), Vânia Mignoni (SP) e Bettina Vaz Guimarães integraram a exposição realizada em Londrina no início do ano, e serviram como tema das oficinas ministradas às crianças – tudo está presente no livro, com direito ao registro dos “rastros”; pequenos relatos dos monitores que acompanhavam as crianças e documentaram impressões próprias e dos pequenos.

“Pensamos em chamar artistas que não têm uma trajetória tão consolidada justamente para garantir o movimento inerente ao pensamento; é uma forma de não cimentar as representações”, declarou Elke Coelho. Obras como as de Bettina Vaz, grandes painéis recortados com 4 metros de largura, “monumentalizam o cotidiano”, dando a uma batedeira na cozinha, por exemplo, um valor mais distinto, ou ao menos forçando nosso olhar distraído a percebê-la ali. Ressignificar ou refletir sobre o nome de objetos comuns também parece fazer parte da proposta, evidenciada na ação de Rimón Guimarães de inserir plantas nos vasos sanitários do banheiro desativado no espaço da exposição.

Diego Rayck sugere ainda um exame dos pormenores do corriqueiro, onde revela, em seus desenhos diminutos, detalhes do próprio salão da exposição que passam despercebidos pelos visitantes. A obra instigou a criação de uma oficina que fazia as crianças usarem uma lupa para examinar os arredores, e registrar o invisível em escalas normais.

Hoje dia 4, na Galeria da FAV, a artista inaugurou a exposição Delicadezas Incisivas. A exposição ficará aberta à visitação até o dia 28 de outubro.

Fuente: Portal UFG