
26 anos sem Cora
Cora Coralina começou a ter reconhecimento nacional depois que o escritor Carlos Drummond de Andrade enviou uma carta pra ela contendo inúmeros elogios, em 1980. Com a publicação dessa carta, a poetisa começou a ganhar fama no país inteiro.
Ela já estava com noventa anos quando recebeu a carta do admirador ilustre. Drummond diz que a poetisa era “patrimônio de todos que nascem no Brasil e amam a poesia.” Ele também declara que as poesias da goiana são uma das mais diretas e comunicativas que já leu.
Na época, Cora Coralina já havia publicado dois livros: O Poema dos becos de Goiás e estórias a mais, e Meu livro de cordel. Em 1983, é lançado o livro Vintém de cobre – meias confissões de Aninha, que teve grande aceitação de público e crítica.
Reconhecimento
Em 1984, Cora recebeu o prêmio Juca Pato. Ela foi a primeira mulher a receber a premiação, que é concedida pela UBE – União Brasileira de Escritores.
No mesmo ano, ela recebeu o grande prêmio da Crítica/Literatura, concedida pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Também recebeu o prêmio Comenda Ordem do Mérito do Trabalho. Em 1989, foi inaugurada a Praça Cora Coralina em São Paulo, capital.
Mesmo com o reconhecimento tardio, a escritora goiana conseguiu, em pouco tempo, entrar na história da literatura brasileira. Depois da morte da poetisa, já foram publicados mais quatro livros de poemas de sua autoria.
Joia goiana
Cora Coralina tem grande importância e influência para os goianos. Considerada a “joia goiana”, é uma das maiores escritoras do Brasil. Entre os escritores que nasceram no estado, é a que teve o maior reconhecimento.
Os poemas dela tratam principalmente do cotidiano da Cidade de Goiás e trazem uma carga muito grande de regionalidade. E o estado pegou carona na fama de Cora. Junto com a grande escritora, que foi conseguir seu espaço depois dos 70 anos de idade, Goiás também acabou ganhando maior visibilidade no cenário literário brasileiro.
Com a simplicidade, Cora Coralina levou os goianos para todo o país. A casa, os livros e os rascunhos de sua obra viraram Patrimônio de Goiás. Existem hoje inúmeras instituições e empresas que levam o nome da poetisa. Por tudo o que fez, Cora Coralina é considerada um marco na cultura goiana.
Fuente: Sara Luzia - Panorama