
A Balada de Um Palhaço
A começar dos atores, ambos adequados aos papéis e seguros de sua interpretação que, muitas vezes, chega a comover o espectador. O humor cáustico e crítico de Plínio Marcos está intacto nas entrelinhas o que caracteriza um teatro inteligente e contundente, característico do autor que nunca escrevia apenas para divertir, mas para fazer pensar. Embalado por figurinos muito criativos e uma trilha sonora intrigante e precisa BALADA DE UM PALHAÇO é, portanto, um desses espetáculos feitos para emocionar, refletir e divertir, como queria Brecht. A cada novo trabalho percebe-se claramente a evolução do diretor Danilo Alencar e sua mão firme gerando harmonia dos seus artistas com toda equipe de criação.
Isso se reflete no processo de trabalho e, conseqüentemente, no resultado dele sobre o palco: teatro de qualidade. Numa época em que o teatro recorre as soluções fáceis e textos superficiais para agradar às platéias é muito instigante rever Plínio Marcos, um autor que amava de fato o Teatro e conhecia a função social dele.
Vida longa a BALADA DE UM PALHAÇO.
Marcos Fayad
Ator e diretor de teatro da Cia Teatral Martim Cererê.
PREMIAÇÕES
- 28º FENATA – Festival Nacional de Teatro Amador de Ponta Grossa
8 prêmios e 2 menções honrosas.
- 2º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora/MG – Elizabeth Savala.
Setembro de 2007.
Prêmios:
Melhor Espetáculo
Melhor Diretor: Danilo Alencar
Melhor Ator: Edson de Oliveira
Melhor Cenário
Melhor Espetáculo Júri Popular
- 30º FENATA – Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa/PR
Prêmios:
Melhor Diretor: Danilo Alencar
Melhor Ator: Bruno Peixoto
- 22º Festival de Teatro de Blumenau/SC
Julho de 2008
Prêmios:
Melhor Cenografia: Paulinho Pessoa
Melhor Figurino: Rosi Martins
Melhor Ator: Bruno Peixoto
E todas as indicações.
- Festival de Teatro de Resende/RJ
Julho de 2008
Prêmios:
Melhor Espetáculo
Melhor Direção: Danilo Alencar
Melhor Ator: Bruno Peixoto
Melhor Cenografia: Paulinho Pessoa
E Indicação em todas as categorias.
- FIT 2009 – Festival Ipitanga de Teatro – Lauro de Freitas|BA
Junho de 2009
Melhor Espetáculo
Melhor Diretor: Danilo Alencar
Melhor Ator Coadjuvante: Bruno Peixoto
Melhor Cenário: Paulinho Pessoa
Melhor Figurino: Rosi Martins
E 9 Indicações
- Medalha Tiokô Otavinho Arantes, concedida pela UBE – seção Goiás, para o diretor Danilo Alencar, como destaque na área de Teatro. 2007/2008.
- Prêmio Cara Vídeo de Comunicação, para o diretor Danilo Alencar, pelo trabalho realizado na área de Teatro.
- Título Honorífico de Cidadão Goianiense, para o diretor Danilo Alencar, concedido pela Câmara Municipal dos Vereadores de Goiânia.
- Medalha de Mérito Cultural, concedida pelo Governo do Estado de Goiás, através do Conselho Estadual de Cultura, ao diretor Danilo Alencar, pelos relevantes serviços prestados na área cultural.
RELEASE
Em novembro de 2006, comemorando os seus 19 anos, o grupo teve o privilégio de estrear mais um espetáculo, da obra de Plínio Marcos, “BALADA DE UM PALHAÇO” que foi contemplado com o Prêmio Mirian Muniz de Teatro da FUNARTE, com o Patrocínio da PETROBRÁS e da Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Goiânia, através da BRASILTELECOM.
“BALADA DE UM PALHAÇO” foi escrita no leito de um hospital, quando seu autor, Plínio Marcos, sofreu um ataque cardíaco. Em meio à recuperação, reuniu no mesmo texto um universo abrangente de personagens. Tendo como porta-voz dois palhaços, Bobo Plin (nomenclatura atribuída a ele mesmo) e Menelão, dono de um circo decadente, mas veículo único de sobrevivência para os dois palhaços.
O texto traz a tona, de forma genial, os conflitos que impulsionam as relações humanas, é um farol iluminando a aproximação da dor e alegria, do simples e do complexo, do riso e o choro, do desespero e da calma, do sistema e do povo, do humano e do desumano.
Danilo Alencar é autor de vários textos, como: Liberté Uai, Sob o Sol de Canudos, Herdeiros de Zumbi, Toca Mariles e a Clara do Ovo.
O diretor resolveu entrar no universo de Plínio, bebendo nas fontes inesgotáveis de águas doces e amargas, para incluir, mais uma vez, outros autores em seu currículo, apesar de sua trajetória ser fundamentalmente calcada em seus próprios textos – o que faz dele um dos poucos dramaturgos da região. “É um desafio muito grande dirigir um texto dessa natureza, mas ao mesmo tempo fascinante. Todos os dias temos uma descoberta diferente e o que achávamos simples é absolutamente complexo, temos que começar tudo de novo, e aí você começa a entender Peter Brooke: “ Fazer o simples é muito complicado”. diz Danilo.
Bruno Peixoto no papel de Menelão e Edson de Oliveira como Bobo Plin, têm a incumbência de passar para o público o resultado de quatro meses ininterruptos de trabalho. Os dois já atuaram sob a direção de Danilo Alencar em outros trabalhos e formam um par harmonioso no desempenho das personagens. Seus currículos, no estado de Goiás, são recheados, permeados e alinhados com o teatro.
Através deste espetáculo, o grupo, tem o prazer de agregar outros profissionais, de áreas diversas, como: Letícia Ramos (Preparadora Corporal), Pedro Forjaz (Iluminador) e Rosi Martins (Figurinista) que até então não tinham executado nenhum trabalho com o grupo. O espetáculo conta também com outros grandes profissionais que executam ou já executaram algum trabalho dentro do grupo. São eles: Paulinho Pessoa (Cenógrafo), Julio Rodrigues (Cenotécnico), Jarbas Cavendish (Trilha Sonora Original), André Srur (Documentário e Making Of), Ricardo Nemoto (Projeto gráfico), Lílian Cintra (Fonoaudióloga), Marcelo Carneiro (Administração e Projetos) e Fernanda Fernandes (Produtora).
O espetáculo tem 70 minutos de uma prazerosa encenação, humor de aparência desregrada e profundidade agregada de um texto já clássico da dramaturgia nacional.
A proposta extrapola os limites da arena do espetáculo.
É por tudo isso, que o grupo trabalha diariamente para apresentar espetáculos de qualidade, para as platéias mais diversas.
Agora, mais uma vez, o grupo segue o seu caminho, por um extenso calendário de apresentações em 2009, na tentativa de mostrar a sua arte para diversas platéias do estado de Goiás e de todo o Brasil.
Vida Longa ao BALADA DE UM PALHAÇO!
Vida Longa ao Grupo de Teatro ARTE & FATOS!
Vida Longa ao TEATRO!
SOBRE O AUTOR
19 de novembro de 1999, com falência múltipla dos órgãos, por volta das 16hs, Plínio Marcos se foi, deixando uma vasta obra na dramaturgia e na literatura brasileiras. Mais do que isso consolidou-se como referência na luta contra as injustiças sociais e como símbolo da luta pela liberdade de expressão.
Apontado por unanimidade como um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, Plínio Marcos teve sua trajetória artística e pessoal pontuada pela ação de governos ditatoriais, sobretudo no período militar; chegou a ser impedido de trabalhar, por 20 anos, em todas as suas profissões ligadas ao ofício de comunicador. Apesar disso, manteve uma produção de altíssimo nível e, em mais de 40 anos de dramaturgia, é um dos raros autores brasileiros capazes de reunir o que se pode definir como uma obra.
Nascido em Santos em 29 de setembro de 1935, Plínio estreou no circo, como o palhaço Frajola. A atividade de escritor, de dramaturgo, foi iniciada com "Barrela", em 1958. O tema, cadeia, foi retomado no monólogo "25 Homens" e em "A Mancha Roxa", que aborda a Aids. A prostituição está presente em "Navalha na Carne" (talvez o texto mais célebre do autor) e "O Abajur Lilás".
As origens circenses são sentidas em "O Homem do Caminho", "Balada de um Palhaço" e "O Assassinato do Anão do Caralho Grande", outro romance que virou peça, ambos publicados num único volume em 1996. Este foi o ano de lançamento, também, das crônicas em tom de memórias "Figurinha Difícil”.
Leitura de trechos de peças do autor, como "Balada de um Palhaço", "Homens de Papel" e "Quando as Máquinas Param". E, como não podia deixar de ser, há também show musical ao ar livre com a participação de sambistas como, Germano Mathias, João Pedro, Silvio Modesto, Borba, Aldo Bueno e Odair e sua banda, amigos de fé do Plínio.
Plínio Marcos, o rebelde que viveu seu próprio discurso, merece todas as homenagens que pudermos lhe render.
SOBRE A PEÇA
Peça idealizada em 1985, quando o autor estava hospitalizado após seu primeiro enfarte. Escrita em meados de 1986, estreou no mesmo ano no Teatro Zero Hora, em São Paulo. Bobo Plin (nome de um dos personagens) era o modo como o autor se autonominava, desde muito tempo antes de escrever a peça, nas brincadeiras com os filhos, nos bilhetes que assinava.
É inegável que o conjunto de obras de Plínio, tenha a finalidade de debater a exaustão vários problemas que se mantém insolúveis em nossa sociedade. As relações entre capital e trabalho, opressor e oprimido, apadrinhados e deserdados da sorte, entre outros. Em "Balada de um Palhaço", a coisa não é diferente, muito embora se trate de uma de suas obras mais poéticas. O debate que trava com Menelão, que só se preocupa com o faturamento que possa garantir sua continuidade miserável, nos mostra um Bobo Plin preocupado na busca de sua felicidade, que ele traduz como busca da própria alma.
E a partir deste debate aparecem as situações tragicômicas de uma sociedade perdida entre o sonho e a realidade, cujos caminhos são estreitados pela falta de oportunidades, pela opressão das classes dominantes, pela perplexidade de não avistar uma luz no fim do túnel. Nele surgem os contraditórios da violência e do consumismo a que se entregou a espécie humana.
Bobo Plin mantém as esperanças dessa luz no fim do túnel, num tempo onde o homem seja parceiro do próprio homem, na luta comum pela igualdade e justiça social.
É por tudo isso, que temos muito orgulho em encenar “Balada de um Palhaço”, por ser um texto não comercial, de um autor até hoje visto com reservas pela elite dominante.
O GRUPO
O Grupo Arte & Fatos foi fundado em 1988, pelo diretor Danilo Alencar, fazendo parte do Programa Cultural da Universidade Católica de Goiás, hoje, Coordenação de Arte e Cultura, que tinha como pesquisa, montagens que retratassem fatos históricos.
Hoje, o grupo ainda mantém em algumas de suas montagens, textos que possuam esta linha de trabalho, mas independente do tema escolhido e abordado para a montagem, o grupo se dedica constantemente à pesquisa sobre o trabalho do ator e o estudo das diversas formas e possibilidades do fazer teatral.
Desde sua fundação, o grupo vem de uma atuação bem consistente no estado de Goiás, e participa constantemente de apresentações em Festivais, Mostras e Temporadas em várias cidades do país.
Ficha Técnica
Fonte: Prodirh