Flauta e Bandolim - 25 anos

17/10/2008

Em comemoração aos 25 anos do programa "Flauta e Bandolim", a Rádio Universitária está inserindo em sua programação diária programetes com música do gênero e informação, encontrados no pequeno arquivo existente na emissora, acrescidos de texto homenagem, com pesquisa e edição da jornalista Cida Dias e da diretora artística da emissora, Francisneide Cunha, e apresentação de Cristina Darim.

Outra homenagem será feita através de depoimentos de personalidades ligadas ao choro, como líderes de grupos e o presidente do Clube do Choro de Goiânia, Oscar Wilde, e de ouvintes do programa, que serão gravados e veiculados na programação diária da emissora.

Além disso, no dia 28, última terça-feira de outubro, o recém-lançado programa de auditório "Rádio pra Assistir" vai convidar músicos ligados ao choro para uma grande comemoração do aniversário do Flauta e Bandolim. O "Rádio pra Assistir" terá transmissão ao vivo a partir da 20 horas.
 
Outras comemorações estão acontecendo nos espaços da cidade onde se toca choro, como no "Quinta no Quintal" do Centro Cultural Eldorados dos Carajás, às quintas, 19 horas; no projeto Grande Hotel Revive o Choro, em frente ao prédio do antigo Grande Hotel, no centro da capital, às sextas, a partir das 19 horas; nos bares Glória e Royal, aos sábados, a partir das 15 horas; e no próprio programa, com grupos locais convidados. O próximo grupo a se apresentar no "Flauta e Bandolim" é o Subindo a Ladeira, dia 23.

25 anos?

Embora sem uma data precisa que marque sua estréia nas ondas da Rádio Universitária, a produção do programa e direção da emissora concordaram em comemorar nesse mês de outubro os 25 anos do programa Flauta e Bandolim. O programa foi concebido pelo jornalista Pedro Paulo das Chagas, logo que chegou à emissora no final de 1978, mas foi só a partir da década de 80 que ele se consolidou no formato apresentado até hoje.
 
O jornalista conta que ao chegar à discoteca da Rádio Universitária teve a idéia de criar um programa que pudesse aproveitar, de forma especial, o pequeno acervo de choro lá encontrado, no que teve apoio imediato do então diretor da emissora, Prof. Nelson Figueiredo.

Nas primeiras pesquisas, muito pouco material discográfico foi encontrado, fato que limitou a produção em pequenas inserções de apenas uma música antecedida de comentário, que ia ao ar com simples nome de Chorinho.

“De alguma forma o nosso querido chorinho já estava no ar”, ressalta Pedro Paulo, afirmando que a cada disco encontrado, aumentava a alegria e a esperança de que seria possível reunir material para, pelo menos uma hora de programação por semana.
 
E foi o que aconteceu. O programa se consolidou alguns meses depois, já com o nome que destaca dois do principais instrumentos do início do choro, a flauta e o bandolim, e contando com apresentação caprichada do radialista João Sobreira Rocha. Inicialmente entrou no ar aos sábados com reprise aos domingos, ainda meio tímido, até que se firmou definitivamente no horário das quintas, às 21 horas.

Formato
 
Na idéia original, o "Flauta e Bandolim" teria uma hora de duração, com músicas e informações sobre o choro, seus principais compositores e intérpretes, instrumentos mais usados em sua execução e apresentações, ao vivo, de grupos ou solistas do gênero.

Assim, o formato que está no ar até hoje apresenta até 15 peças musicais, sendo que três delas devem ser precedidas de textos informativos. Já nas apresentações ao vivo, o estúdio da Rádio Universitária se transforma num antigo fundo de quintal dos primeiros tempos do choro, com os músicos bem à vontade numa roda bem descontraída e muito incentivada pelos vários telefonemas de ouvintes pedindo músicas, ou só cumprimentando os participantes.

Produção voluntária

O jornalista Pedro Paulo das Chagas, criador e produtor do "Flauta e Bandolim", se apaixonou tanto pelo chorinho que, mesmo aposentado, não quis abandonar o projeto.

“Se eu deixar de fazer o programa ele morre", diz. "Infelizmente, nossa Rádio Universitária não tem como continuar com essa produção por falta de pessoal.”

Para resolver o problema burocrático da desvinculação com a emissora por causa da aposentadoria, o jornalista recorreu ao Clube do Choro de Goiânia, colocando-o como entidade colaboradora com a rádio e continua produzindo o programa como voluntário.
 
Lembrando que o programa vai ao ar toda quinta-feira, às 21 horas, pelos 870 AM da Rádio Universitária e também pela Internet, no www.radio.ufg.br. Participação de ouvintes e pedidos musicais pelo telefone 3521-0608 ou pelo endereço eletrônico ppchagas@cultura.com.br.