Blogosfera

Um novo blog surge na Internet a cada segundo, desde 2002, criando um fenômeno de empoderamento da sociedade e provocando mudanças na forma como a informação é produzida e distribuída. O assunto é tema de discussão na palestra Blogosfera – de diário virtual a jornalismo cidadão, promovida pela Casa da Cultura Digital (CCD), na quinta-feira (1), às 14h30, na Midiateca do Parque da Criança, com a participação dos jornalistas Paulo Galvez e Larissa Mundim.

O objetivo desse encontro é recobrar a breve história dos blogs, como ponto de partida para reflexões de origem sócio-culturais. No início e ainda hoje, essa ferramenta de democratização da informação surgiu como mídia para jovens interessados em compartilhar seu dia-a-dia, uma espécie de diário virtual. Mas, sem seguida, o blog se tornaria um veículo de comunicação privado de interesse coletivo, autônomo, opinativo e ágil.

"Certamente não foi para estar ‘na moda’ que jornais e revistas, que já tinham conteúdo disponível on-line, criaram blogs como apêndices", observa Larissa Mundim, referindo-se ao fato de que blogueiros em todo o mundo conseguem se antecipar às publicações tradicionais e já se tornaram fonte de informação, recebendo citações nas matérias de veículos formais.

Profissionais do blog

Ser blogueiro virou profissão e a dupla de jornalistas convidados pela CCD fala também sobre a relação da liberdade de expressão e os crimes virtuais diretamente ligados aos blogs. O bate papo levanta a discussão sobre os direitos autorais e apresenta iniciativas públicas e privadas voltadas para a distribuição de conteúdo de acesso e reprodução livre na rede como é o caso de Creative Commons, Archive, Portal Domínio Público do Ministério da Educação. Além das discussões mais gerais sobre o tema, o encontro prevê também a apresentação da experiência do jornalista Paulo Galvez, que mantém o blog Terceiro Caderno, que traz uma leitura ácida e muito pessoal da sociedade.

A palestra é parte da programação permanente da CCD, que vem promovendo, entre outras atividades educativo-culturais, discussões acerca da Cibercultura e seus efeitos sob o ponto de vista sócio-cultural. Para a direção da ONG, "a iniciativa procura provocar reflexão acerca de temáticas contemporâneas na tentativa de provocar posicionamento crítico no lugar onde vivemos, transformando o nosso tempo". Por isso, o público-alvo desse projeto é o adolescente atendido pelo Programa Jovem Cidadão da Fundação Pró-Cerrado, que se prepara para ingressar no mercado de trabalho. A Casa da Cultura Digital informa que a discussão também está aberta a toda a comunidade, gratuitamente.

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