Professor da UFG realiza exposição sobre a pesca do Pirarucu no Amazonas

A EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

Contemplada pela Lei Goyases de incentivo à cultura do estado de Goiás e com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a exposição Pirarucu Z-32 será realizada entre os dias 12 de abril e 11 de maio na Potrich Galeria de Arte Contemporânea, trazendo um conjunto de fotografias, mapas e textos do fotógrafo, pesquisador e professor universitário Rafael Castanheira. Esse conjunto de fotografias é parte de um extenso documentário realizado por meio de expedições levadas a cabo pelo fotógrafo na região amazônica durante cinco anos (2006 – 2010), tendo em vista registrar os processos culturais e de preservação ambiental envolvidos no manejo de pesca do pirarucu (Arapaima gigas) e do tambaqui (Colossoma macropomum), realizados pela Colônia de Pescadores Z-32 de Maraã, no estado do Amazonas (área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá / www.mamiraua.org.br).

O evento contará ainda com uma mesa-redonda a ser realizada às 19 horas, no dia 13 de abril, no auditório da Federação da Indústria do Estado de Goiás (FIEG), e visa a reunir o fotógrafo, pescadores, pesquisadores e técnicos em pesca do Amazonas e de Goiás para discutir suas experiências e ações voltadas para a conservação do pirarucu nas bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins, e divulgar os resultados obtidos nessas duas regiões do país.

Rafael Castanheira morou na região da Amazônia brasileira, acompanhou a rotina de vida dos pescadores, de suas famílias e amigos, e pesquisou, mediante a observação participante, as atividades do manejo, como a fiscalização dos lagos, a contagem de pirarucus, a preparação do acampamento, a pesca, o monitoramento e pré-beneficiamento do pescado, seu escoamento e comercialização nos mercados regionais de Maraã, Tefé e Manaus, no estado do Amazonas. Ao longo da pesquisa, o fotógrafo não apenas vivenciou todo o processo de organização, produção e comercialização da cadeia produtiva do pirarucu manejado de Maraã, como também procurou conhecer a cultura da região e, sobretudo, a cultura do pescador: quem é, onde vive, como se relaciona com amigos, família e o meio ambiente.

Com o objetivo de reconstruir a história do manejo de pesca do ponto de vista social, econômico e ambiental, com foco nas relações sociais entre os pescadores e destes com o meio ambiente, a documentação é composta não apenas por fotografias, como também por textos pessoais do fotógrafo, relatos e depoimentos de pescadores e de diversos atores sociais envolvidos na atividade, tais como técnicos em pesca e pesquisadores de diversas instituições privadas e governamentais ligadas à gestão da Reserva Mamirauá em Maraã, Tefé, Manaus e Brasília, além de donos de barcos, despachantes, comerciantes, empresários e consumidores.

Usa-se o termo reconstruir, pois parte-se do princípio de que toda forma de documentação fotográfica, ainda que pretenda registrar a realidade tal como é vista, traz consigo a subjetividade do olhar do fotógrafo. Para Rafael Castanheira, “a câmera fotográfica não é uma reprodutora neutra da realidade, e toda fotografia é autoral e traz, além de seu conteúdo, a expressão, a forma, a escrita por meio da qual seu autor se exprime”. Assim, Rafael reconstruiu a história do manejo por meio de fotografias e textos produzidos por ele e sua maneira singular de olhá-lo.

Informações sobre a exposição:
Abertura: 12 de abril às 20h
Visitação: 13 abril a 11 maio de 2012
Local: Potrich Galeria de Arte (R.52, 689 Jardim Goiás – Goiânia, GO)
Terça a Sexta, das 10 às 18h - Sábado, 10 às 14h Telefone: 39450451

Informações sobre a mesa-redonda: A conservação do pirarucu e as experiências de manejo no Amazonas e em Goiás
Data: 13 de abril
Local: Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) - Auditório Helio Naves.
Avenida Araguaia, no 1.544. Ed. Albano Franco.
Horário: 19h

Breve currículo do fotógrafo:
Rafael Castanheira é mestre em Cultura Visual pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG). Fotógrafo e jornalista, possui especialização em Fotografia como Instrumento de Pesquisa nas Ciências Sociais pela Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro. Nasceu em Goiânia em 1977, e dedica-se aos estudos em Fotografia desde 1999, quando iniciou o curso de Jornalismo no Rio de Janeiro, tendo trabalhado como estagiário (repórter e fotógrafo) no Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC - Rio de Janeiro).
Em 2001, estudou em Paris, cidade onde desenvolveu ensaios fotográficos da vida cotidiana nas ruas. Trabalhou em 2005 como fotojornalista colaborador para o Jornal Correio Braziliense e Jornal da Comunidade em Brasília. Em 2006, foi assessor de Comunicação para o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas. Trabalhou como professor de Fotografia Básica e Fotojornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e nas Faculdades Cambury e Araguaia, em Goiânia. Atualmente, Rafael é professor na Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG, e do Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB), e desenvolve projetos pessoais em fotografia documental.